sábado, 22 de agosto de 2009

VVAA: Tropicália ou Panis et circencis (1968)

E lá vamos nós...
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Após muito pensar e discutir como melhor realizar este projeto e a respeito do que postar, refletindo e idealizando-o, venho finalmente anunciar a inauguração do Jossa Blog, o mais novo blog sobre música brasileira e reflexões desconexas do mundo. Após aproximadamente quatro meses de promessas e ameaças àqueles que receberem o endereço desta página e não derem as caras, finalmente tal projeto sai da teoria e entra na prática, tendo como objetivos principais disponibilizar boas músicas e expressar pensamentos sem compromissos.
Certamente, alguns poderão questionar: 'Mas, por que crias um blog para falar bobagens?'. Bem... Acho que a melhor réplica seria a seguinte: 'Penso ser melhor falar bobagens em um blog, de modo descontraído, do que em minha tese de doutorado. Estou certo?'. Na verdade, talvez fosse melhor a segunda opção; seria mais cômico, pelo menos. Mas, prefiro não correr esse risco.
De qualquer forma, se a réplica acima não servir, coloco outra questão: quem não gosta de, sempre que possível, relaxar ouvindo uma boa música e conversando bobagens? Com certeza, não há quem resista. E se houver uma boa bebida para acompanhar... Tentem imaginar o Jossa Blog como uma tentativa de reproduzir o ambiente descontraído de um bar em meio virtual; um lugar onde podemos expor idéias e conversarmos sobre música para esquecermos o dia corrido que tivemos.
Assim, para completar a comemoração desta data tão especial (ou não), eu não poderia obviamente deixar a primeira postagem sem a apresentação de um álbum. Mas, que álbum postar? Para tal ocasião, parece-me razoável registrá-la com um marco da música brasileira. Não saberia dizer se este seria o maior dos marcos, mas, com certeza, trata-se de uma obra única e indispensável: Tropicália ou Panis et circencis.
Considerada o disco-manifesto do movimento tropicalista e liderada por Caetano Veloso e Gilberto Gil, tal obra traz elementos que marcarão a música tupiniquim pelos anos seguintes. Fortes misturas de ritmos, com introdução de batidas nativas e africanas, e regravações de músicas populares consideradas de mau gosto permitem o desenvolvimento da idéia de tolerância musical. A introdução do psicodelismo na música nacional marca o início do rock brasileiro. A inclusão do concretismo nas letras das canções promove a reconstrução, ou desconstrução talvez, de anteriores concepções do belo na poesia. Além, é claro, do engajamento político contra a ditadura militar da época. A revolução gerado por tal trabalho é tamanha que os experimentos realizados nela por Caetano, Gil e companhia são, ainda hoje, apreciados e continuam a influenciar músicos no Brasil e no mundo, garantindo que o tropicalismo, apesar de um movimento bastante curto, se mantenha vivo.
O disco é sensacional! Vale a pena escutá-lo do início ao fim várias vezes. Contudo, dou destaque à mistura de ritmos em 'Miserere nóbis' e 'Parque industrial', ao rock psicodélico d'Os Mutantes em 'Panis et circencis', à presença do concretismo em 'Bat macumba' e ao grande sucesso 'Baby', homenagem de Caetano a Gal Costa, na voz de ambos.
Para finalizar, agradeço a todos que me incentivaram durante o período de planejamento. Aos poucos, farei os agradecimentos nominalmente. Acredito que já tenha me prolongado demais... Que sejam bem-vindos todos aqueles que venham a frequentar o Jossa Blog! Conto com a participação de vocês! Questionem, critiquem, comentem!
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Ficha técnica: Tropicália ou Panis et circencis (1968)
Mais informações: Tropicalismo

8 comentários:

  1. Massa vitoldinho. Vou ficar frequentando para rever coisas e conhecer novos momentos da musica nacional. Sorte e qualquer coisa estamos por aqui abraços.
    Franzé.

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  2. Hehe!!! Massa!! :P Vamo ouvir essa parada tomando uma geladinha. E depois rola Marcelo Nova!
    Bicho, coloquei teu blog nos meus "recomendados", se tu ficar puto por ter teu site num blog tão ruim me avisa que eu tiro!! :P Falou, cabra! Gostei da combinação de cores

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  3. Sara Melo26/8/09 00:15

    Êeeita, não é que é mesmo?
    Dê continuidade viu, espero aprender um pouco sobre música por aqui... hehe
    Abraço!

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  4. B. "Petrozza"28/2/10 16:43

    Demorei a aparecer por aqui e comecei na postagem sobre Milton (Caçador de mim). Em seguida, cliquei em "Nara Leão" e cai aqui. Nada contra a tropicália, mas eu queria comentar Nara...

    Rapaz, não vejo sentido nesse seu excesso de justificativa acerca do que os outros vão pensar (no sentido de criticarem negativamente). Ora, expresse-se da melhor maneira possível e deixe que os textos/ opiniões falem por si só. Ao menos assim penso eu.

    Quanto a questão de falar (escrever)bobagens num blog ou numa tese de doutorado, há outro motivo p/ preferir fazê-lo na segunda opção (mas isso não se aplica ao Sr., pelo que lhe conheço): consistiria não só no aspecto cômico da coisa, mas no proposital escárnio p/ com o híbridismo do formalismo acadêmico.

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  5. Pois é, Beto... Terás outras oportunidades para comentar sobre Nara Leão. Ainda colocarei algo sobre ela no blog (não sei quando). Mas, como eu havia dito, ao meu ver, sempre faltou algo em Nara Leão. Apesar de excelente cantora, parece-me que ela sempre preferiu um papel coadjuvante na música brasileira. E talvez "Tropicália ou Panis et circencis" seja uma prova disso. Nara não tem nada a ver com o movimento, mas decidiu entrar de gaiata na história e hoje todos perguntam: "O que Nara Leão faz nesse álbum?". Enfim, espero que consigas entender mais ou menos o meu pensamento sobre ela. Sem desmerecer sua competência, é claro. Não vou me prolongar mais do que isso. Mas, talvez, comente melhor futuramente.

    Quanto ao excesso de justificativa, na verdade não é excesso. Era exatamente isso que eu queria falar. Eu quis, por vontade própria, justificar o porque meu blog merece ser apreciado. Trata-se de propaganda. Não confunda as coisas... Rsrsrs.
    Quanto à questão do formalismo acadêmico e tal, deixarei isso pra outro momento. Talvez eu prolongue bastante e acho que por hoje já está bom.

    Grande abraço.

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  6. B. "Petrozza"4/3/10 00:15

    Pessoalmente, tenho certo desdém por interprétes que não compõem e em geral são justamente os melhores que não o fazem ou o fazem pouco (como Tim Maia). Mas por algum motivo a voz de Nara me cativou em especial. Até a acho mais versátil que Elis pelo pouco que conheço das duas, mas minha paixão se dá sobretudo pela voz dela, que p/ mim é a melhor.

    O que não entendi é pq tanto quando clico em "Mutantes" como quando clico em "Nara Leão" cai nesta postagem. Não sei o que ela estava fazendo neste disco, mas me parece que além de grande interprete, ela era uma descobridora de talentos, inclusive gravando músicas de compositores desconhecidos que posteriormente se tornariam consagrados.

    Sobre o excesso de justificativas, não me refiro somente a esta postagem...

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  7. Beto, não vejo nenhum excesso de justificativas. Falar o que eu quero não implica falar coisas sem fundamento. Justificar pensamentos é sempre bom para promover bons debates, caso contrário, não se pode cogitar a possibilidade de chegar a lugar nenhum. Pense nisso... Rsrs.

    Quando a Nara Leão, desconheço tal talento para descobrir novos artistas. (Na verdade, conheço pouco de sua obra). Se lembrares de algum caso desse tipo em sua carreira, por favor, avisa-me.

    Abraço.

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  8. Eu não disse - ou não quis dizer - que fossem justificativas sem fundamento, mas que A MIM parecem desnecessárias.

    A questão de Nara acho que ñ é descobrir novos talentos, mas incentivá-los. Vou procurar melhor a referência (um livro sobre Chico, se não me engano).

    Ps: cliquei em Gil e cai aqui novamente. Assim fica difícil... rs.

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