domingo, 25 de outubro de 2009

Flora Purim: Speak no evil (2003)

Famosos anônimos, parte 2.
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Após uma semana sem escrever (novamente), decidi postar mais um texto sobre outro famoso anônimo. A propósito, fui informado semana passada que existe um quadro com este nome no programa da Xuxa. Não sei exatamente porque estou entrando nesse assunto, mas quero deixar claro que o Jossa Blog não tem nenhuma ligação com aquele lixo. Mas, aproveitando a situação (um nada com nada): alguém, quando criança, assistia os programas daquela mulher? Eu sempre achei ela tão sem graça e quase todos que conheço dizem que também não gostavam dela... Se o que me dizem é verdade, por que ela ainda está lá?
Bem... Deixemos isso de lado e voltemos ao famoso anônimo em questão.
Não sei se fui claro quando utilizei o termo no blog. Alguns vieram me perguntar o que significaria tal expressão exatamente. De repente, achei que não era um bom termo. Porém, pensando mais um pouco, percebi que, apesar de contraditório, é um bom termo sim. Todavia, merece melhores explicações.
Obviamente, não me referi a alguém famoso e anônimo ao mesmo tempo e sob as mesmas circunstâncias. Isso seria totalmente contraditório, é claro. Com tal termo, quis designar aqueles artistas que gozam de certa fama, mas no geral permanecem desconhecidos. No caso de Paulo Vanzolini, por exemplo, postado anteriormente, trata-se de um artista famoso na medida que muitos já ouviram suas obras. Contudo, uma vez que poucos têm conhecimento de sua pessoa, podemos considerá-lo um anônimo.
Mas, muitos são os casos deste tipo. E hoje apresento mais um grande famoso anônimo. Trata-se de uma cantora brasileira aclamadíssima na América do Norte e Europa, considerada por várias vezes a melhor cantora de jazz do ano, porém pouco conhecida no Brasil. De fato, até aqueles que conhecem muitos dos artistas brasileiros com fama no exterior ignoram a existência desta excelente voz. Apresento, assim, Flora Purim e um de seus últimos álbuns, Speak no evil.
Para quem não a conhece, Flora Purim é a esposa do baterista e percussionista Airto Moreira. Também já desenvolveu muitos trabalhos com Hermeto Pascoal e Ron Carter, inclusive Slaves mass, que pode ser encontrado neste blog. Embora estes tenham alcançado certo prestígio no Brasil, Flora foi praticamente esquecida, inclusive pelos apreciadores de jazz e música latina.
Apesar de tudo isso, os trabalhos da artista em questão costumam ser de alta qualidade. Pois, além de saber escolher os músicos com quem irá tocar, Flora possui uma belíssima voz e um excelente ouvido. Ainda, o swing herdado da cultura brasileira torna suas canções únicas, uma perfeita mistura de jazz e ritmos latinos.
Speak no evil corresponde ao penúltimo álbum da cantora. Embora não chegue ao nível dos discos de sua fase áurea, entre as décadas de 70 e 80, ainda apresenta uma ótima qualidade musical, com arranjos excelentes. O álbum conta com a contribuição de Oscar Castro Neves e Airto Moreira, marido da cantora. Também conta com a participação especial de sua filha Diana Booker, que canta na faixa 'Primeira estrela'.
Entre as dez canções presentes no CD, aconselho fortemente 'Tamanco no samba' e 'Primeira estrela'. Mas, acima de todas, recomendo 'Speak no evil (All for one)', regravação de uma música da década de 60, composta por Wayne Shorter, com letra de Vanessa Rubin, adicionada anos mais tarde. Também acho interessante ouvir a primeira faixa, 'This magic', composta pela filha da cantora.
Por fim, gostaria de ressaltar que este disco é uma "exclusividade" do Jossa Blog. Não o encontrei em nenhum outro lugar da internet até o momento. (Eu sei que este comentário é bastante narcisista, mas quis fazê-lo mesmo assim). Espero que gostem! Até breve...
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Ficha Técnica: Speak no evil (2003)
Mais informações: Flora Purim

2 comentários:

  1. Victor, meu amigo, vou baixar o disco. Daqui pra sábado eu volto para compartilhar as minhas impressões do disco. Eu realmente nunca ouvi falar de Flora Purim, esta ilustre desconhecida. Ah, aproveito para fazer uma confissão: eu já fui um baixinho. Durante um tempo, quando morava no interior da Paraíba, aos seis ou sete anos de idade, o meu sonho era participar do Show da Xuxa, mas, para a minha sorte, eu era uma criança azarada e não fui abduzido pela nave da Xuxa para ir até os estúdios da Globo no RJ.

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  2. Pois é, Jefferson... Todos nós temos uma mancha em nosso passado. A tua deve ser essa. Rsrs.
    Só não entendi como te consideraste uma criança azarada por não ser abduzido pela nave da Xuxa. Isso é sorte! Penso ser muito melhor ser abduzido por uma raça qualquer de extraterrestres. Pelo menos, acredito que os danos causados ao sujeito tenham maiores chances de serem revertidos. Rsrs.

    Grande abraço.

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